quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ele e o outro cara

   7:00 da manhã. O despertador do celular toca. Chevelle - Panic Prone. Ela, relutantemente se levanta, veste-se, dá um beijo de despedida nele e sai pra trabalhar. Não reparou no que ela vestia, seus olhos estavam mais fechados do que abertos.
   Ele, uma hora depois, se levanta, veste o jeans azul, e a jaqueta de nylon cinza e azul por cima do blusão de lã que já vestia, dá comida para o gato dela, sai de casa, tranca a porta e vai em direção a parada de ônibus.
   A manhã estava fria e a neblina era densa, apesar do horário. Não se via nada a 20 metros de distância, mas o sol brilhava forte, o que mostrava que seria um bom dia.
   Distando um quarteirão da parada de ônibus, ele escuta o ônibus se aproximando e corre para não perdê-lo. "Só falta não ser o ônibus certo..." pensou.
   Leu o letreiro do ônibus "T03 - Trevo". Nenhuma placa indicativa. "Com certeza vai até a estação de integração do trevo" concluiu mentalmente. Fez sinal para o ônibus e entrou.
   O ônibus estava quase lotado, mas dispunha de alguns acentos livres. Como iria descer em breve, escolheu um próximo a porta de desembarque.
   Contribuindo a sua dedução em relação ao destino do ônibus, um outro passageiro, vestindo calça jeans azul, botinas pretas desbotadas e uma jaqueta de nylon azul escuro com faixas branco-acinzentadas nos cotovelos, daquelas que reluzem com a incidência de luz, perguntou ao motorista se o ônibus iria em direção a barra. O mesmo disse que não, então, o homem pagou a passagem, escolheu um acento livre e a curta viagem seguiu tranquila.
   Chegando próximo ao viaduto em forma de um trevo - daí o nome do destino do ônibus - Ele e o outro cara - o homem que perguntara sobre o destino do ônibus - se surpreenderam com o rumo que o ônibus tomou. Ao invés de seguir reto, sobre o viaduto, o ônibus tomou o desvio a direita, que leva ao distrito da Barra, o mesmo que o outro cara havia perguntado sobre e o motorista negado como sendo o destino.
   Ele amaldiçoa silenciosamente a falta de sorte e dá o sinal para descer. O ônibus pára na próxima parada e Ele desce. observa o caminho que terá de percorrer a pé. Calcula uns 10 minutos de caminhada. Não é longe, porém, terá que atravessar uma rodovia com alto fluxo de caminhões a mais de 80km por hora e sem uma calçada, acostamento, passeio o que for decente. Variando caminhar pela própria pista e as vezes pela grama molhada pelo orvalho. Dá de ombros e começa a caminhada.
   - FILHO DUMA PUTA! - escuta atrás de si. Ele se vira para conferir quem é ou o que acontecia.
Era o outro cara, praguejando.
   - Cara, eu perguntei pro corno do motorista se ia pela Barra e ele disse que não! - Continuou o outro cara. - Pegasse ele te disse isso também?
   - Não, não... Eu vi o letreiro "Trevo" e imaginei que ele ia até a integração pelo menos.
   - Pois é, não tinha placa nenhuma indicando nada naquela merda... Porra! vou me atrasar... combinei com o meu chefe as 8:30 no pórtico! - Esbravejava.
   - Que horas são?
   - 8:08
   - Acho que ainda vai dar, não te preocupa.
   - Onde é a parada mais próxima?
   - É ali na integração... vamos ter que atravessar essa bosta primeiro...
   - É o jeito...
   E começaram a caminhar.
   - Porra, e eu já tinha me atrasado antes porque cheguei na parada e vi que tinha esquecido do cartão com as passagens. E agora esse pau no cu me diz que não vai pra um lugar e acaba indo!!
   - É foda, já perdi as contas das vezes que dou falta do cartão na hora de subir no ônibus.
   - Que merda.
   Seguiram caminhando. Chegaram na pista que dá acesso a rodovia da qual o ônibus tinha desviado e ido para o lugar que não devia - ou devia, dependendo da interpretação ou ponto de vista. Ele observou que o transito estava trancado e falou ao outro cara.
   - Mas do que que trancou? - O outro cara olhou o relógio.
   - Não sei... - Ele começou a observar. Viu que tinha um enorme caminhão atravessado no meio da pista e que não conseguia manobrar devido ao seu tamanho. Ele apontou para o caminhão, mostrando ao outro cara o motivo do pequeno engarrafamento.
   - Mas o que diabos aquele imbecil quer fazer??? Será que quebrou ali? - o caminhão começou a dar ré - Não... acho que ele só ta conseguindo dar ré - "Acho que não é bem isso..." pensou Ele. O caminhão agora tentava ir para a frente. O outro cara consultava mais uma vez o relógio. Nada - Mas o que ele quer fazer? - Repetiu para si mesmo o outro cara. Então, o caminhão começou a dar ré, até livrar a pista. Nesse momento os dois já estavam próximos do mesmo. O caminhão parou e os dois passaram pelo lado direito do mesmo e pela grama molhada. Ele sentiu o tênis molhando e praguejou em silêncio. - Mas o que ele ta querendo fazer... - Pensou alto o outro cara.
   - Não faço a menor ideia.
   Seguiram andando. Agora faltava pouco mais de 20 metros para a parada.
   - Puta merda... - praguejou novamente o outro cara e depois olhou o relógio - Tinham três ônibus parados em cima do viaduto... se eu tivesse corrido até eles, eles talvez deixassem eu entrar... - E lá se iam os ônibus.
   - Porra! É verdade. - Concordou.
   - Merda...
   Continuaram caminhando.
   - Cara, eu vou dar uma corrida até a parada. - o outro cara falou assim que olhou para trás, viu um ônibus descendo o viaduto e olhando o relógio pela enésima vez - A gente se fala. - E saiu correndo.
   - Falou.
   Assim que o outro cara se distanciou uns 5 metros, lá vinha o ônibus que Ele esperava. "puta que me pariu..." pensou. Não havia o que se fazer. O ônibus passava com velocidade e o transito era impossível de atravessar sem ser atropelado pelo menos duas vezes. Fora que não era garantido que o ônibus o pegasse ali, já que não era ponto. Seguiu caminhando e o ônibus sumindo em direção ao seu destino.
   Chegou na parada, agora tinha a pior parte: atravessar a rodovia. Uma enorme tripa de carros de um lado e do outro também. Não só carros, mas ônibus, caminhões, vans...
   1 minuto depois, conseguiu uma brecha e atravessou.
   Chegou na parada, finalmente. Consultou o relógio: 8:20. "Demorou mais do que eu pensava pra chegar aqui" pensou. Olhou ao redor. Cerca de 15 pessoas na parada. jovens, adolescentes, velhos Cada um com seu destino e suas vidas. Viu que uma guria ruiva tinha uma bela bunda. Legal.
   Os ônibus começaram a chegar. "Parque Marinha", "Quinta"... Não era nenhum desses... Pessoas subiram, outras desceram. "Parque São Pedro" "Tá de sacanagem com a minha cara! Acabei de vir daí...". Passou direto.
   Esperou mais uns cinco minutos, talvez. "P09 - Cassino". "Aleluia!". Fez sinal. O ônibus parou. mais da metade das pessoas subiram, inclusive a ruiva bunduda. Ônibus lotado, teve que ficar de pé. assim como a maioria que entrou.
   A viagem foi tranquila. Chegando no Cassino, umas 7 pessoas se levantaram para descer na mesma parada. Mas todo mundo pensou que o outro tinha dado sinal, então, todos desceram na parada errada. Praguejavam, mas riam ao mesmo tempo "Que bando de abobado" um dos que perderam a parada dizia e todos riam. duas paradas depois, Ele desceu e foi a pé até em casa. Não tinha pressa e chegou em casa tranquilamente.
   Já o outro cara

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Adeus


Lá se vai a única coisa boa que o rádio me apresentou na vida.
Lá se foi uma alma representada através de melodias, escalas e notas
Lá se foi a única ARTISTA que estava sempre presente na mídia nos dias de hoje
Lá se foi a encrenqueira
Que não queria nada de mais, apenas beber (e outras coisas) em paz
E aqui se ficam apenas as lembranças, fotos, vídeos e canções
Adeus

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Assombrado

Vento que não uiva
brisa que não refresca
gela
arrepia

Calor que não esquenta
Mas faz suar
gela
arrepia

O ponto que arde no crânio
denuncia o onde

tensão
impressão
observação
inquietação
observação
impressão
tensão

Conexão

Real ou imaginário?

Não sei

Mas existem

sábado, 16 de julho de 2011

Não sei

Sentado nesse canto escuro
úmido
rodeado por fantasmas demonios espiritos
talvez
não sei

é por opção
solitária opção
mas não quero
quero estar com você

sozinho as ideias clareiam
com você
colorem

leveza

aqui peso cento e noventa quilos
apenas trinta
mas as vezes fico
Sentado nesse canto escuro
úmido
rodeado por fantasmas demonios espiritos
talvez
não sei

ou sei
mas não admito

sexta-feira, 15 de julho de 2011

free talk

Até o fim do ano, o blog vai ficar em segundo plano (Isso é doloroso pra mim).
É que estou escrevendo o roteiro de um jogo de videogame, e estou sendo pago para isso, por tanto, não posso vagabundear, correto?

Mas sempre que sobrar um tempinho, eu posto algo aqui.

Abraços,
Pedro

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Na Contramão

Daqui de cima eu posso ver
como tudo mudou
ao passo que
tudo permanece

Todos refletem o que acontece
mas esquecem quando apertam um botão
quando tem a chance de falar
apenas nada a declarar

Sentimento traduzidos
em palavras saturadas
Da poesia de esquina
de um bar embriagado

ando na contramão
da não-ação
de palavras de amor
sem nenhum valor
na contramão
da não-reflexão
de um colorido
sem sentido
na contramão

Desculpas

Primeiramente quero me desculpar pelo tempo longe do blog.
Muito trabalho na faculdade com TCC e agora uma Bolsa.

Quero me desculpar ainda pelo seguinte: Não vou continuar agora a história de Mônica e Alfredo.
Não é momento ainda.

Muita coisa se passou na minha cabeça, depois da perda desse parceria, o Motora. Mas, para quem está gostando da história, não se esquente, ela está pronta aqui no meu caderno, apenas não digitei ainda. Em breve o farei.

Abraços a todos,
Pedro