domingo, 14 de agosto de 2011

Notas sobre o insuportável II

    Sentindo vontade de mijar, levantei a bunda da cadeira e fui para o banheiro. Ascendi a luz do banheiro. Levantei a tampa. Um monte de merda, daquelas com milho, sabe?, estavam no vaso. Então, me veio a ideia para esse... conto (?). (!?)
    Voltei para o pc, onde desperdiço, com prazer, 80% das horas dos meus dias, quando minha namorada está longe de mim, e falei com um amigo sobre o post. Mais uma “insuportabilidade” na vida de qualquer cidaão apaixonado pela tecnologia, desenvolvimento e ambição humana – se algumas pessoas lerem isso, me queimarão (com a, o e til, seus analfabetos) na fogueira.
    À essas pessoas, o que tenho a dizer é que, elas adoram reclamar que “o maldito homem” - que ninguém encontrou ainda esse tal sujeito para dale umas boas dumas bordoadas – faz impacto ambiental em tudo o que toca apenas para o seu bel prazer. Bom, senhor que reclama da sociedade humana e não abre mão de usar o seu maldito carro, escovar seus dentes amarelos defronte a uma pia em seu banheiro dentro da porra da sua casa na qual você tem um vaso cheio de merda – com milho – e precisa acender a luz porque está de noite e você não conseguiu evoluir sua visão para uma visão noturna ultra radical, faça um favor ao mundo e enfie uma faca na sua goela.
    Mas voltemos à ambição humana e suas maravilhas.
    O desejo de viver de forma mais confortável, e não em cavernas sendo perseguido por ursos, pumas, jacarés e dinossauros (?!), aquele homem desgraçado aprendeu um ou dois truques como construir uma casa e fazer uma arma qualquer pra se defender. Com o passar do tempo esse bixo desgraçado, chamado homem, não precisava mais ficar criando engenhocas pra se defender, mas sim para seu bem estar, comodidade, luxo... enfim, futilidades (ou não).
    Assim, surgiram os computadores, impressoras, cds, cd players, mini systems, aparelhos stereos, televisões, lâmpadas, eletricidade, máquinas de lavar louça, máquinas de lavar roupas, roupas, cadernos, livros de geografia (Oh, Deus, até que ele merece mesmo umas bordoadas), pias vasos sanitários, descargas... Enfim... Muita coisa pela qual todo mundo usa e 90% reclama de existirem - sem saber que reclamam DESSAS coisas, especificamente, junto com todos os seus protestos virtuais de sabedoria adquirida na rede.
    Voltando, tudo isso é uma maravilha. A capacidade de transformação do meio pelo ser humano é algo simplesmente extraordinário.
    Porém, quando uma merda dessas resolve parar de funcnionar...
    Ou apresentar algum defeito...
    Impressoras são demônios na forma de objeto. Sempre que você estiver com pressa, a impressora vai se munir de desculpas e não vai funcionar. A preferida delas é “verifique o papel”. Você mete uma bifa e berra “tem papel, PORRA!”. Então, ela muito esperta, vai dizer “Verifique se algum cabo esteja desconectado”. Se você for burro o bastante, você VAI verificar. Sempre estará em ordem. Então, você se irrita e desliga-a, aguarda alguns segundos, e liga de novo. Manda imprimir. Ela vai imprimir. Mas uma folha teste. Depois, irritado por ter gasto uma folha por nada, a impressora vai se recusar a imprimir novamente, pedindo para que você, por gentileza, verifique o cartucho de tinta. MAS ELA ACABOU DE IMPRIMIR POR CONTA PRÓPRIA UMA FOLHA TESTE.
    Quando uma lágrima escorrer de seus olhos e você declarar que se rendeu ao poder da infeliz, uma outra pessoa vai perguntar se você quer ajuda. Acredite, a pessoa vai SENTAR A PORRA DA BUNDA na cadeira, vai apertar o botão de imprimir e tudo estará resolvido...
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    Você está escutando música. Pra quem é velho que nem eu, num cdzinho dentro de um mini system. Muito bem, o Soundgarden está arrebentando os tímpanos dos vizinhos, e você está querendo mais que eles se fodam. Então, quando sua parte favorita da música chega, a música se transforma num remix de algum filho duma puta de um dj. Você fica louco. Para a música, tira o cd e olha para ele. Perfeito, nenhum arranhão, mas ao colocar de novo na melhor música – ah, sim, geralmente isso acontece preferencialmente na melhor música – o cd continua pulando. Você tem uma rápida ideia “pode ser o leitor do som...” Mas dái você lembra que até a pouco, tudo funcionava bem...
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    Meu pc tem ciúmes de mim. Foi a conclusão que cheguei esses tempos. Basta eu ficar 2 dias longe de casa sem ligar ele, que, podes ter certeza, ele vai apresentar algum problema. Da ultima vez, eu fui a Caxias do Sul, RS, e passei 5 dias fora. Quando regressei ao meu humilde lar, o computador não queria iniciar o windows. Ia abrir o negócio e ele reiniciava. Solução: iniciar com o dvd do windows e formatar.
     Ainda dentro desse tema, eu tenho uma placa de video com problemas de aquecimento.
     Ela precisa SER AQUECIDA para funcionar.
    Uma vez eu tive que abrir o computador para limpa-lo. Tirei tomada, desengatei monitor, teclado, mouse, modem... E, quando fui pega-lo para por em cimia da cama para os finalmentes, EU TOMEI A PORRA DE UM CHOQUE!
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    Estava eu fazendo uma “reflexão”, lendo Bukowski no banheiro, quando a luz começa a piscar. Me senti numa rave, as 6 da manhã, morrendo de sono, porém acordado, devido a uma urgência biológica para uma “reflexão”. Muito bem... Fiquei amaldiçoando a luz e fechei os olhos para não ficar tonto – odeio essas merdas de luzes piscando em festas. Depois de uns 2 minutos, a luz finalmente para de piscar, claro, queimou. Parei de ler o Buk. Terminei o que tinha ido fazer e puxei a descarga. Maravilha, a descarga quebrou. Você aperta a porra do botão, a água da descarga desce, com uma força que não empurra nem uma bola de ping-pong, só faz encher de água o vaso, a merda girar e subir, ao invés de descer. Solução: Um bom balde de água.
    As seis da manhã?
    A merda que se foda.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Notas sobre o insuportável I

    Certa vez, abri a página inicial de um site onde eu tenho e-mail, para acessá-lo. Nesse site, tem notícias bombasticamente fodásticas sobre as celebridades: suas ações, não-ações, ditos, não-ditos, flatos em elevadores - ou locais públicos -, saúde mental/física de seus amigos, irmão, irmãs tios, avós, cachorro, gato, papagaio, periquito – periquitas, também -, ficha policial de parentes de 4º grau... Enfim, tudo o que um cidadão precisa saber para começar o seu dia com o pé direito.
    Pois bem, o tema não é este – porém está relacionado, como verão adiante -, existem coisas mais insuportáveis, que são as pessoas que COMENTAM nesses posts. As vezes é cômico, as vezes é trágico, as vezes são irônicos – meus favoritos – e, as vezes, são os pseudo-politicamente corretos.
    Esses, meus amigos, se assemelham a peste, que comentei num escrito anterior.
    Estão por toda a parte. Se tem alguém fazendo uma ação fútil, ou simplesmente algo que uma pessoa ache interessante para ela mesma e que seja extremamente babaca para o resto da sociedade, lá estará o intelectualóide pseudo-politicamente correto.
    Vamos por partes. Intelectualóide: São seres proclamados humanos, que, aparentam possuir inteligência. Proclamam o combate ao fim da manipulação das mídias para com o pobre cidadão indefeso, retardado e debilóide, já que eles são a suprema sapiência. Se você deixar, eles discorrem sobre o assunto que for, sempre inserindo as palavras “crítica”, “paradigma”, “crise”, “manipulação”, “alienação” e uma ou outra que não me ocorre no momento. Mas, pelo menos, três dessas estarão em cada parágrafo escrito/falado. Como agem os intelectualóides: eles procuram algum assunto numa roda de amigos que estejam falando sobre algum assunto sério, como a última sacanagem – ah, sim, todos são comunistas/libertários/anarquistas/neo liberais, tudo ao mesmo tempo, dependendo da pauta – de um governo de esquerda, eles se posicionarão a favor do governo e dirão que “Nem tudo é o que a mídia diz... Eles sempre buscam uma maneira de alienar/alienação o cidadão.”. Concordo, porém, os argumentos são sempre os mesmos – “A globo apoia a ditadura!”, “A Record distorce pra mostrar o que a globo não quer!”, “copa do mundo é o mesmo que pão e circo!”, e, a favorita deles "a culpa é do ser humano/homem" - alguns mais esclarecidos dizem "sociedade" -, entre outros - e, muitas vezes por diversão, eu me posiciono a frente da mídia, apenas para ver o que eles tem a dizer. Quando me canso da ladainha, esperneio e chororô, eu pergunto “onde, então, é seguro buscar uma informação na mídia?”. O Cidadão me responde “Na internet”.
    Se a internet é tão valorosa na formação de um cidadão, então, porque diabos 90% dos internautas não aprenderam que “B + A = BA” ou que, uma das primeiras palavrinhas que aprendemos a escrever na VIDA é CASA... COM “S”, FILHO DA PUTA! NÃO COM “Z” NEM COM “K”! ou, ainda, não conseguem diferenciar ironia numa frase escrita? (aqui nesse texto, você pode exercitar isso) - os atores que interpretam o raj, howard e leonard de big bang theory vieram ao Brasil e, ao serem perguntandos sobre o Charlie Sheen, o Howard respondeu “quem é Charlie Sheen?”, se esquivando da pergunta, para não entrar em assuntos polêmicos... A maioria esmagadora dos comentários dessa notícia era para boicotar a série, pois o cara estava se achando.
    Onde estava? Ah, sim, o pensamento de achar que um portal de notícias chinfrim ou uma enciclopédia virtual - onde qualquer macaco pode editar um texto ali - vai lhe trazer todos os conhecimentos obscuros do universo e a verdade absoluta sobre a sociedade atual...
    Estudar um livro sobre o assunto? Isso é coisa de nerds. A informação hoje é rápida. Entra na merda de um microblog e, em 5 segundos eu sei tudo o que acontece na porra do mundo, assim, estou pronto para debater com qualquer pessoa. Furacão Katrina? Culpa do pau no cu do Bush. Tsunami no japão? “Quem mandou construir usina nuclear na beira da água?!” Fome no mundo? Capitalismo de merda! MST quebrando um laboratório que não tinha nada haver com a reforma agrária? “É a revolução, meus amigos! Um símbolo da revolução!” Aquecimento global? A humanidade que não presta!
    Se a humanidade não presta, porque eles não começam a mudar o mundo? Uma bala na própria cabeça ajudaria bastante.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A peste e a universidade

 Estava lendo um conto de Charles Bukowski, “Observações sobre a Peste”, do livro Fabulário Geral do Delírio Cotidiano: Ereções, Ejaculações e Exibicionismos – Parte II, onde o velho Buk descreve a “peste” de maneira extremamente odiosa, mostrando a repugnância dessa praga que habita o planeta Terra e vive de forma extremamente desgraçada – para as vítimas, é claro – e prazerosa para si mesmo.
Depois de me deleitar e simplesmente me cagar de tanto rir – entenda, o assunto é sério e delicado, mas algumas experiências frente a peste que o velho desgraçado vivenciou, são fodidamente autobiográficas para qualquer ser humano, que tive algumas ideias para escrever as minhas notas sobre a peste.
Se você acha isso falta de criatividade, então, foda-se você e vá tomar bem no meio do olho do seu cu, ok? - Ou, podes simlpesmente parar de ler, e continuamos amigos.
Ele cita o exemplo de um tal McClintock, que ligava todos os dias as 9:00 da manhã, sabendo que o velho Buk trabalhava 12 horas todas as noites, chegava em casa as 7:00 e, depois de algumas garrafas de cerveja no bucho, ele dormia.
Se você não entendeu ainda o que é uma peste, provavelmente você é uma, mas exemplificarei melhor:
Imagine aquela pessoa que vem falar-lhe algo quando você simplesmente não está afim de ouvir nada de ninguém. O pior é que, essa pessoa, consciente ou incoscientemente – acredite, normalmente é CONSCIENTEMENTE – sabe que você está num mal dia, ou que você o conhece e sabe de sua fama de peste e simplesmente escolhe você, até sugar o último suspiro de sua paciência NAQUELE DIA, pois no dia seguinte, refeita, a peste retorna.
Pois bem, você está parado no seu canto, fazendo o que for da vida, mesmo que não seja nada, mas simplesmente quer que as coisas continuem assim, as pessoas andando de um lado para o outro, ignorando sua figura estática. Indo e vindo. Trabalhando, exercitando, passeando, estudando, vagabundeando e diversos outros “andos” que a transformação dos demais verbos permitem. E você não está fazendo nada. Eis que surge a peste.
Se você é o tipo de sujeito que prefere absorver os impactos sem revidar, com medo de que as pessoas possam se magoar com você, ou, simplesmente você não sabe porque diabos não enfia uma porrada verbal na cara do infeliz – junte-se a nós! -... A peste fareja isso. Ela sente. Tão claramente como o frio cortante da geada da manhã gélida de junho no Rio Grande do Sul. A criatura simplesmente sabe.
O incrível é que, você pode simplesmente mostrar total desinteresse – como eu faço – no assunto da peste.
- Faaaala seu Pedro! Seu Pedro Pedreira! tudo bom com o senhor? E a família? E o cachorro? Hahahaha
- E aí – (sorriso amarelo)
- Tudo tranquilo - note que eu não perguntei como ele estava – hahahaha! Esses dias eu..– Então, ele fala por mais de 10 minutos, sem parar, enquanto, eu desligo o cérebro e respondo “Uhum's”, “é...”, “Pior...”, “(Sorriso amarelo)”.
Após insistente papo, como se fosse meu melhor amigo, ou que me conhecesse desde sempre, faz-se um silêncio. Então, eu olho nos olhos da criatura e sabe o que eu vejo? A criatura, a peste, está tomando conta da mente daquele ser humano. Você vê, que o desgraçado está tentando achar um assunto para continuar conversando. Enquanto isso acontece, eu rezo, imploro a qualquer Deus, santo, exu, preto velho... o que for, para que apareça alguém com quem valha realmente a pena conversar. Essa é a tática correta. Jamais implore para uma força superior para que a peste vá embora. Como eu disse, ela sabe que você não vai reagir, por educação, bunda molisse, ou simplesmente, não sabe porque, e isso a fará mais forte.
O bizarro é que, as vezes, a pessoa que aparece, apesar de ser seu amigo, pode GOSTAR da peste, e vai puxar assunto com a peste. ESSA É A DEIXA! Simplesmente SAIA. MAS ATENÇÃO!!! NUNCA, JAMAIS, EM HIPÓTESE ALGUMA DIGA ONDE VOCÊ VAI. A peste simplesmente vai dizer:
- Vai/vão no CC? - Centro de Convivência, local onde ficam os bares na universidade – Tenho nada pra fazer mesmo, te acompanho!
Meu camarada, entenda, a peste TEM MUITO A FAZER, além de pestiá-lo, é claro. Mas essa sempre será a prioridade.
Uma peste muito comum no ambiente universitário é a seguinte: estão você e seus amigos/amigas, falando sobre trivialidades, mulher, cerveja, futebol, homens e professores(as) – em ambos os casos, falando mal...
Exemplo:
- O meu, agora que o Adriano chegou, conta o que tu estavas contando aquela hora!
- Ah, sim! Então, como eu estava dizendo, sabe aquela gostosa da economia?
- Qual? - o Adriano pergunta.
- Aquela que é baixinha e tem uns baita duns peitões. Bem, não são bem uns baaaita duns peitões, mas são bem bonitos... Loira, carinha de boneca, lábios convidativos e com uma testa grande.
- BAH, SEI! Continua!!! Tri Boa! No verão vem sempre com uns decotes sensacionais!
- Pois então, eu estava vindo do CC e indo para a aula, daí eu passo pela frente do banheiro feminino, cuja porta estava aberta, e a louca estava com as calças arriadas até metade...
- E aí gurizada, como é que tá?! E a provinha daqui a pouco?! Estudaram?? - Adivinha quem chegou na hora H? Na mesma hora, o cara que contava a história se perde. Os dois indivíduos mais “fortes” contra pestes simplesmente caem fora, restando o contador da história, eu, e a peste, lógico.
- B-bem... não muito mas... - Disse o contador da história
- Nem eu! - Diz a peste, que, óbviamente estudou, mas não quer passar como nerd. Sinceramente, seria muito melhor se ele passasse como nerd e não como peste, mas... a peste sempre é mais forte.
- Bom... Vou nessa. Está na hora da prova. - Eu disse.
É lógico que o cara terminou a história depois, numa outra ocasião. Mas, bem, foi como se você estivesse nas preliminares com uma gostosa, daí, veio uma peste e te joga um balde d'água fria por cima, gritando, dizendo “aháááá!!” e tirando fotos. Depois de muito conversar com a menina, ela entende que a criatura não é seu amigo, você não gosta da figura, explica com um texto mais ou menos desse tamanho que ele é uma peste para depois sim, transar com ela.
Você transou, mas não foi NAQUELE momento.

Agradeça a peste.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Leitura de Banheiro

     Cheguei em casa. Era por volta das sete da manhã. Estava escuro. Sono.

    No caminho até o quarto, dores na barriga. Maravilha. Peguei um Bukowski em cima da bancada do quarto e fui ao banheiro. Sentei e comecei a ler de onde tinha parado. Era um novo conto, onde chovia em L.A. e o velho Chinaski dirigia em direção a uma oficina mecânica. O conto envolvia diferentes tipos de mulheres em situações diferentes, e o velho Buk, reclamando de tudo, com a genialidade de sempre.
    Parei pra pensar quando tive o primeiro contato com Charles Bukowski, o velho sujo e depravado, que Deus o tenha – com doses de whisky, vinho, cerveja, gim com tônica... Infinitas³³, se não, seria muito pouco e seria bem capaz do velho ressuscitar... Acredito que Deus não iria querer muito isso...
          - Comprei um livro! Misto Quente – disse ela para mim.
    - É de comer? - Perguntei.
    - Não, dã, é do Bukowski.
    - Quem?!
    - Charles Bukowski...
    - Nunca ouvi falar. - Fiz pouco caso – É algum clássico, por acaso? - Tenho medo desses caras.
     Passaram-se alguns dias...
    - Terminei o Misto-Quente!
    - Quem?
    - O livro aquele, do Bukowski... Lembra que te falei?
    - Lembro. - Menti.
    - É bem legal, é totalmente diferente d equalquer coisa que tu já tenhas lido algum dia... As vezes ele é muito nojento, as vezes ele é bem tarado, e geralmente ele é muito engraçado. - Confesso que me interesse naquele momento.
    - Hum... Me empresta?
    - Claro.
      E comecei a ler. 
     Tinha uma passagem em especial que ele falava de um colega que estaria no equivalente a, mais ou menos, o primeiro ano do ensino médio – se não me engano. Era um sujeito esquisito, que ficava batendo punheta pra professora, no meio da sala de aula. 
     O personagem principal, tinha a cara totalmente repleta de umas espinmhas completamente desgraçadas. Realmente fodidas. Dava pena do coitado, e isso rendia uma boa dose de cenas nojentas, e, o mais estranho, o livro não tem um clímax geral da história. Algo que te deixa excitado com a leitura ou coisa do tipo. Mas, como dizia um conhecido meu, ele tinha “micro-climas” durante os capítulos. Não sei explicar direito, não sou uma droga de crítico literário.
     Realmente foi algo completamente diferente de tudo que eu já tinha lido.
     Quando dei por mim, o dia já clareava. Estava na hora de ir dormir.