segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Leitura de Banheiro

     Cheguei em casa. Era por volta das sete da manhã. Estava escuro. Sono.

    No caminho até o quarto, dores na barriga. Maravilha. Peguei um Bukowski em cima da bancada do quarto e fui ao banheiro. Sentei e comecei a ler de onde tinha parado. Era um novo conto, onde chovia em L.A. e o velho Chinaski dirigia em direção a uma oficina mecânica. O conto envolvia diferentes tipos de mulheres em situações diferentes, e o velho Buk, reclamando de tudo, com a genialidade de sempre.
    Parei pra pensar quando tive o primeiro contato com Charles Bukowski, o velho sujo e depravado, que Deus o tenha – com doses de whisky, vinho, cerveja, gim com tônica... Infinitas³³, se não, seria muito pouco e seria bem capaz do velho ressuscitar... Acredito que Deus não iria querer muito isso...
          - Comprei um livro! Misto Quente – disse ela para mim.
    - É de comer? - Perguntei.
    - Não, dã, é do Bukowski.
    - Quem?!
    - Charles Bukowski...
    - Nunca ouvi falar. - Fiz pouco caso – É algum clássico, por acaso? - Tenho medo desses caras.
     Passaram-se alguns dias...
    - Terminei o Misto-Quente!
    - Quem?
    - O livro aquele, do Bukowski... Lembra que te falei?
    - Lembro. - Menti.
    - É bem legal, é totalmente diferente d equalquer coisa que tu já tenhas lido algum dia... As vezes ele é muito nojento, as vezes ele é bem tarado, e geralmente ele é muito engraçado. - Confesso que me interesse naquele momento.
    - Hum... Me empresta?
    - Claro.
      E comecei a ler. 
     Tinha uma passagem em especial que ele falava de um colega que estaria no equivalente a, mais ou menos, o primeiro ano do ensino médio – se não me engano. Era um sujeito esquisito, que ficava batendo punheta pra professora, no meio da sala de aula. 
     O personagem principal, tinha a cara totalmente repleta de umas espinmhas completamente desgraçadas. Realmente fodidas. Dava pena do coitado, e isso rendia uma boa dose de cenas nojentas, e, o mais estranho, o livro não tem um clímax geral da história. Algo que te deixa excitado com a leitura ou coisa do tipo. Mas, como dizia um conhecido meu, ele tinha “micro-climas” durante os capítulos. Não sei explicar direito, não sou uma droga de crítico literário.
     Realmente foi algo completamente diferente de tudo que eu já tinha lido.
     Quando dei por mim, o dia já clareava. Estava na hora de ir dormir.

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