domingo, 3 de abril de 2011

Mariana - pt.1

 - Eu estou lhe dizendo, Augusto! Tenho certeza! Escrevo e assino em baixo! - Lucas batia com o indicador direito na mesa de plástico amarela de um bar perto da universidade federal da cidade F.
- Será? - Duvidou o amigo.
- Certeza!
- Não pode ser...
- Leia os meus lábios. - Lucas olhou em volta, debruçou-se sobre a mesa do bar e falou um pouco mais baixo – Mariana não é uma santa. E digo mais, deve ser um demônio.
- Como tu consegues ter tanta certeza?
- Um palpite. - Disse o jovem de cabelos negros e lisos compridos na altura dos ombros.
- Rá! Um palpite... - Debochou o outro rapaz de cabelos curtos, crespos, castanhos e com cavanhaque. Lucas tomou um gole do seu chopp servido em um copo de plástico.
- Argh! Mas isso tem gosto de azeita! - fez cara de nojo. Sacudiu a cabeça. - Escuta o que eu estou te falando, cara. Presta atenção nela.
- E eu não presto? Inclusive, se tu te lembras, eu te chamei aqui pra que tu me ajudes. Chego junto ou não?
- Algum problema com mulher devassa?
- Er... Bem... Mais ou menos... - Lucas reprovou balançando a cabeça. Augusto olhou sério para Lucas. - Tu ficas me fazendo propaganda negativa, porra!
- Eu não! Só estou te dizendo que ela não é santa e como eu sei que tu não é muito chegado em... “Não-santas”...
- Ah, que merda... Mas acho que tu estás enganado! - Lucas tomou outro gole, fez cara de nojo, de novo.
- É o seguinte... - Lucas pegou o copo – Como eu te falei, é apenas um palpite. Deixa eu virar aqui pro santo que eu continuo. - E derramou o chopp no chão.
- Isso custou três paus.
- Os piores três paus que já gastei. Deus! Voltando... Como eu disse, é apenas um palpite... Ela é timida e não fala muito, ok. Mas ela têmum jeitinho de andar... Um brilho no olhar...
- Augusto ficou olhando para Lucas, esperando, enquanto Lucas tateava seus bolsos. Lucas olhou para Augusto, que fitava-o com curiosidade.
- Que foi? - perguntou o cabeludo.
- É só isso?
- Que?... Ah! É, sim.
- Inacreditável... - Augusto meneava a cabeça negativamente.
- Pedisse minha opinião – Lucas pegou um cigarro que tirou de uma carteira que estava no bolso esquerdo do sobretudo – e eu dei. - Acendeu o cigarro usando um zippo decorado com uma bandeira pirata.
- Acho muito improvável.
Lucas tragou.
- Duzentos reais. - Soltou a fumaça.
- Que?
- Aposto duzentos reais contigo que eu estou certo. - Lucas estendeu a mão.
- Agusto olhou para a mão de Lucas. Pensou. Apertou.
- Duzentos e cinquenta. - Propôs o rapas de cabelo castanho.
- Duzentos e cinquenta será. - Concordou o fumante.




(Continua)

Nenhum comentário:

Postar um comentário