A locomotiva come os trilhos em alta velocidade
O maquinista está de braços cruzados
fumando seu charuto cubano
dose de whisky
sem gelo
na mão
Negros fortes como touros alimentam a fornalha
Sob o açoite do capataz
por vezes arremessando partes de seus corpos
confundindo com o carvão
Brancos pulem e lubrificam as engrenagens
Elas estão debaixo dos seus bancos
de passageiros
deixam o dinheiro de lado
e só enxergam os mecanismos
Em frente há uma curva fechada
uma índia está amarrada aos trilhos
religiosos de todos os credos
fazem suas preces em uníssono
A mulher se debate chora suplica sangra
O maquinista sorri e dá o sinal
E a locomotiva acelera
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
sábado, 16 de novembro de 2013
Ventos da Rotina
Queria estar fora dali
mantinha os olhos abertos
sonhando com uma bebida em sua mão
e uma mulher enroscada em suas pernas
Enquanto o vento soprava com força
arremessando-lhe partículas de areia na cara
formando dunas sobre seu ego
carregando a química industrial
direto para seus sonhos
Diziam-lhe que deveria viajar
Diziam-lhe que deveria ver o mundo
A natureza e todas as suas cores...
...
O que predominava era o cinza e o bege
...
E o espetáculo da natureza que tinha para assistir
eram dois cães transando
Pareciam ser machos
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Chuva
Naquele dia não chovia
O sol estava encoberto
As nuvens carregadas
Os raios riscavam os céus
E os trovões compunham a sinfonia
Naquele dia o céu não chorava
Os pássaros piavam e grasnavam
protegidos em seus ninhos
tomando conta de seus filhotes
Naquele dia não pingava
A vida derramava pela ampulheta
e escorria pelo ralo da sarjeta
Entupindo-o de lama e sujeira
Naquele dia não chovia
Naquele dia não pingava
Nem o céu chorava
Naquele dia Ele mijava
sobre nossas cabeças
O sol estava encoberto
As nuvens carregadas
Os raios riscavam os céus
E os trovões compunham a sinfonia
Naquele dia o céu não chorava
Os pássaros piavam e grasnavam
protegidos em seus ninhos
tomando conta de seus filhotes
Naquele dia não pingava
A vida derramava pela ampulheta
e escorria pelo ralo da sarjeta
Entupindo-o de lama e sujeira
Naquele dia não chovia
Naquele dia não pingava
Nem o céu chorava
Naquele dia Ele mijava
sobre nossas cabeças
sábado, 2 de novembro de 2013
As janelas berram
As janelas são amplas
e o inquilino é mórbido
As janelas berram
guturais que lhes sobem do fundo do estômago
Quebram os
vidros racham as paredes
E ninguém ouve
E ninguém escuta
A porta está trancada
fechada para dedetização
As janelas berram
Mas o inquilino está morto
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