A locomotiva come os trilhos em alta velocidade
O maquinista está de braços cruzados
fumando seu charuto cubano
dose de whisky
sem gelo
na mão
Negros fortes como touros alimentam a fornalha
Sob o açoite do capataz
por vezes arremessando partes de seus corpos
confundindo com o carvão
Brancos pulem e lubrificam as engrenagens
Elas estão debaixo dos seus bancos
de passageiros
deixam o dinheiro de lado
e só enxergam os mecanismos
Em frente há uma curva fechada
uma índia está amarrada aos trilhos
religiosos de todos os credos
fazem suas preces em uníssono
A mulher se debate chora suplica sangra
O maquinista sorri e dá o sinal
E a locomotiva acelera
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