Um aviso de “Ao vivo em cadeia
nacional” apareceu, assim que a televisão foi ligada.
- Meus
preciosos cidadãos e cidadãs! Eu, seu querido soberano, Zhalmyr Aquilinoyev,
terceiro de seu nome, saúdo vocês por mais um importantíssimo, e vital, dia de
trabalho em nossas fábricas e lavouras. Muito obrigado! No ritmo em que
estamos, mostraremos a nação rival que não nos abatemos por causa dessa guerra.
Guerra sagrada, da qual sairemos vitoriosos! Nossa gloriosa nação Nombaroth se
manterá sólida para todo o sempre. Esmagaremos todo e qualquer rato asqueroso
de Ishtar feito baratas! – Nesse momento, um coro “YEEEEEEEEEEEAAAHHHH!” se fez
ouvir proveniente de todos os cantos da fábrica. Um coro totalmente feminino. –
Desejo o mesmo empenho e dedicação nos novos dias que raiarão. Voltem em
segurança para seus lares. Descansem bem e que Deus abençoe a todos nós! Boa
noite! – E, assim, se encerra o pronunciamento oficial das dezoito horas. A
televisão se apaga e todas as trabalhadoras rumam para os vestiários.
Nombarath e
Ishtar são nações rivais que nutrem um terrível ódio mútuo. No entanto, nem
sempre foi assim. Qualquer criança lê em um livro escolar de história em
Nombarath que a muito tempo atrás, cerca de seiscentos anos, as duas nações
estiveram a um passo de se fundirem em um só grande e, provavelmente, mais
poderoso reino do mundo. Mas a adorada Princesa Isabela, de Nombarath, foi
encontrada morta em seus aposentos um dia após o casamento com o príncipe
Nassir, de Ishtar. Não precisava ser nenhum perito para olhar a cena e saber
que ela havia sido brutalmente assassinada. A vida da bela e adorada Princesa
fora ceifada com vinte e três facadas, sendo somente o último golpe a provocar
o óbito. Um punhal que pertencia a Nassir estava inserido no peito, à altura do
coração, de Isabela. Além de desferir o golpe fatal, o agressor ainda teve a
crueldade de girar, no sentido horário, o punhal, provocando maior estrago e
dor.
Interrogados,
nenhum criado disse ter ouvido nada. Tanto Nombarathianos quanto Ishtarianos.
A Princesa
era querida por todo o reino de Nombarath, e todo o povo clamava por justiça,
principalmente pela repugnância e brutalidade do crime. Assim, estourou uma
guerra entre ambas as nações que resultou em milhares de mortos e feridos dentro
do período de cem anos. Ambos reinos eram tão poderosos que se equiparavam e,
com medo de que viessem a ficar mais fragilizados (e sem soldados para lutar),
foi acordado um cessar fogo, pelos então reis, Aragonis I, de Nombarath, e
Hassan IV de Ishtar.
Cerca de cem
anos atrás, um golpe de estado do general Zhalmyr Aquilinoyev I, derrubou o
antigo rei, Aragonis XIII. Aquilinoyev I alegava que os Aragonis traíram o povo
de Nombarath, alegando que Aragonis e Hassans eram “ratos imundos, membros de
uma mesma família, traidores da memória da Santíssima Pátria Amada.”, e ordenou
o extermínio de toda a família Aragonis e declarou guerra contra Ishtar. Dessa
forma, mandou reunir o exército e começar a ofensiva.
Com a longa
duração da nova guerra, já alcançando novamente a casa dos cem anos, o atual
soberano de Nombarath ordenou que todo homem maior de dezesseis e menor de sessenta
deveria se juntar ao exército, mesmo já tendo sido instaurado por seu
antecessor um plano de recrutamento voluntário de crianças a partir de oito
anos de idade, para serem treinados nas artes de combate, e virem a serem
utilizados em combate quando atingissem os dezesseis anos. Esses planos fazem
parte da operação “Memória de Isabela”.
Comecei a ler, mas vou terminar amanhã... parece bem legal, o início deixa o cara curioso... amanhã termino... abraços
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