quinta-feira, 5 de julho de 2012

"Nombarath Vs Ishtar" parte 1 de 7


            Um aviso de “Ao vivo em cadeia nacional” apareceu, assim que a televisão foi ligada.
            - Meus preciosos cidadãos e cidadãs! Eu, seu querido soberano, Zhalmyr Aquilinoyev, terceiro de seu nome, saúdo vocês por mais um importantíssimo, e vital, dia de trabalho em nossas fábricas e lavouras. Muito obrigado! No ritmo em que estamos, mostraremos a nação rival que não nos abatemos por causa dessa guerra. Guerra sagrada, da qual sairemos vitoriosos! Nossa gloriosa nação Nombaroth se manterá sólida para todo o sempre. Esmagaremos todo e qualquer rato asqueroso de Ishtar feito baratas! – Nesse momento, um coro “YEEEEEEEEEEEAAAHHHH!” se fez ouvir proveniente de todos os cantos da fábrica. Um coro totalmente feminino. – Desejo o mesmo empenho e dedicação nos novos dias que raiarão. Voltem em segurança para seus lares. Descansem bem e que Deus abençoe a todos nós! Boa noite! – E, assim, se encerra o pronunciamento oficial das dezoito horas. A televisão se apaga e todas as trabalhadoras rumam para os vestiários.
            Nombarath e Ishtar são nações rivais que nutrem um terrível ódio mútuo. No entanto, nem sempre foi assim. Qualquer criança lê em um livro escolar de história em Nombarath que a muito tempo atrás, cerca de seiscentos anos, as duas nações estiveram a um passo de se fundirem em um só grande e, provavelmente, mais poderoso reino do mundo. Mas a adorada Princesa Isabela, de Nombarath, foi encontrada morta em seus aposentos um dia após o casamento com o príncipe Nassir, de Ishtar. Não precisava ser nenhum perito para olhar a cena e saber que ela havia sido brutalmente assassinada. A vida da bela e adorada Princesa fora ceifada com vinte e três facadas, sendo somente o último golpe a provocar o óbito. Um punhal que pertencia a Nassir estava inserido no peito, à altura do coração, de Isabela. Além de desferir o golpe fatal, o agressor ainda teve a crueldade de girar, no sentido horário, o punhal, provocando maior estrago e dor.
            Interrogados, nenhum criado disse ter ouvido nada. Tanto Nombarathianos quanto Ishtarianos.
            A Princesa era querida por todo o reino de Nombarath, e todo o povo clamava por justiça, principalmente pela repugnância e brutalidade do crime. Assim, estourou uma guerra entre ambas as nações que resultou em milhares de mortos e feridos dentro do período de cem anos. Ambos reinos eram tão poderosos que se equiparavam e, com medo de que viessem a ficar mais fragilizados (e sem soldados para lutar), foi acordado um cessar fogo, pelos então reis, Aragonis I, de Nombarath, e Hassan IV de Ishtar.
            Cerca de cem anos atrás, um golpe de estado do general Zhalmyr Aquilinoyev I, derrubou o antigo rei, Aragonis XIII. Aquilinoyev I alegava que os Aragonis traíram o povo de Nombarath, alegando que Aragonis e Hassans eram “ratos imundos, membros de uma mesma família, traidores da memória da Santíssima Pátria Amada.”, e ordenou o extermínio de toda a família Aragonis e declarou guerra contra Ishtar. Dessa forma, mandou reunir o exército e começar a ofensiva.
            Com a longa duração da nova guerra, já alcançando novamente a casa dos cem anos, o atual soberano de Nombarath ordenou que todo homem maior de dezesseis e menor de sessenta deveria se juntar ao exército, mesmo já tendo sido instaurado por seu antecessor um plano de recrutamento voluntário de crianças a partir de oito anos de idade, para serem treinados nas artes de combate, e virem a serem utilizados em combate quando atingissem os dezesseis anos. Esses planos fazem parte da operação “Memória de Isabela”.

Um comentário:

  1. Comecei a ler, mas vou terminar amanhã... parece bem legal, o início deixa o cara curioso... amanhã termino... abraços

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