quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A jornada

          Vindo de Portugal, o Marechal Peixoto repousa na estância dos Aquidaban. Após grande festa, o dever o chama. Uma mensagem, de que o inimigo da orda, a milícia local estava agindo, chega a galope pelo Major Carlos Pinto.
            A mensagem dizia “Xavier Ferreira deve cair”. O Marechal, então, reúne suas tropas e marcha em direção onde Xavier está. Primeiro, era preciso Passar por seu general, Netto. E assim o fez. Atravessou-o com sua espada e finalmente chegou a Xavier Ferreira, conquistando, finalmente seu território.
            Netto, ferido, rastejou até seu compatriota e amigo de armas, o Brigadeiro Silva Paes, tombando inconsciente. Com medo de que as tropas do Marechal haviam o seguido, Silva Paes desce a galope a toda velocidade até chegar ao seu amigo e general, Vitorino.
            Vitorino se prontifica para cobrir a retaguarda, enquanto Silva Paes leva Netto a um famoso e conhecido médico que poderia facilmente tratar de seus ferimentos. Este se chamava Doutor Nascimento.
            Correndo contra o tempo, Silva Paes dispara em direção a Nascimento. Após algum tempo, finalmente chega a casa do médico, que o recebe de bom grado. Sem cerimônia, Nascimento trata das feridas de Netto, que, após uma semana, estava novo em folha. Netto ficou muito contente, mas não tinha dinheiro para recompensar o bom homem. Então, pediu que Nascimento o acompanhasse até a morada de um barão, o qual lhe devia um favor. Nascimento aceitou e acompanhou-o. Silva Paes disse que voltaria a seu posto na resistência, desejou sorte ao amigo general e ao bom médico e, em fim, partiu.
            Na estância do Barão, conhecido como Barão de Cotegipe, Netto e Nascimento ficaram por uma semana. “Tanto tempo?” me perguntam. Sim, pois o Barão tinha um problema com uma epidemia em sua estância e o médico tratou de curar os enfermos. Eternamente grato pela ajuda do bom médico, o Barão afirmou que levaria o médico para conhecer o Presidente. Nascimento foi pego de surpresa. Não sabia como reagir. Netto sorriu para o amigo médico e disse que era uma boa idéia. Quem sabe até, poderia se tornar o médico pessoal do Presidente? Nascimento concordou e os três, Nascimento, Netto e Barão, foram ao encontro do Presidente.
            “O caminho é perigoso até o presidente, devemos pedir ajuda ao vice-almirante Abreu.” Disse o Barão. Netto concordou e seria uma boa oportunidade de reencontrar um velho companheiro. Após duas semanas de cavalgada, os três encontraram o acampamento do Vice-Almirante, cujo qual, ao avistar os dois amigos, perguntou quem era o desconhecido. “Doutor Nascimento, o salvador de minha existência” disse Netto. Após explicar o sucedido, Abreu afirmou que ajudaria na empreitada, mas já era tarde para partir e logo escureceria. Ofereceu que ficassem no acampamento e brindou o reencontro com os amigos com vinho e mulheres.
            Ao amanhecer, Netto, Barão, Nascimento, Abreu e alguns comandados, partiram em direção a morada do Presidente.
            Ao meio dia, foram emboscados por um traidor do Presidente, o Senador Corrêa. As tropas se enfrentaram, mas as do Senador não foram páreas para Abreu e seus comandados. “Vamos precisar chegar a estância dos Macedo o mais rápido possível, a muitos homens feridos, e, dessa forma, Nascimento poderá tratá-los de forma mais apropriada.” Disse o Vice-Almirante. Todos concordaram e então, dispararam em direção a estância.
            Dois dias e alguns mortos depois, chegaram à estância dos Macedo. Francisco Buarque de Macedo reconheceu o Vice-Almirante e, vendo a situação, logo ofereceu abrigo ao homem e seus amigos e comandados. Nascimento tratou os sobreviventes e aconselhou Barão e Netto que era necessária mais uma semana de repouso. Concordaram com um aceno de cabeça. Abreu escolheu seu melhor homem e escreveu uma mensagem ao Presidente, dizendo que chegariam em duas semanas e que enfrentaram uma dura batalha contra um traidor, o Senador Corrêa, na data de 24 de maio. O soldado preparou o cavalo e os suprimentos e partiu.
            Após o repouso de uma semana, os homens se reequiparam e adquiriram suprimentos na estância. Francisco ofereceu alguns escravos para auxiliar na empreitada, oferta aceita pelos homens.
            Próximo ao final do prazo, descrito na mensagem, os homens finalmente chegaram no palácio do Presidente. Seu nome é Vargas. O presidente perguntou o porquê de tanto se arriscarem na longa jornada. Então, o Barão apresentou Nascimento ao presidente e, junto de Netto e Abreu, explicaram toda a situação e os motivos da jornada. O presidente, maravilhado pela história, convidou Nascimento para ser um de seus médicos, e, com o tempo, quem sabe, se tornar o médico pessoal dele.
            Passaram-se alguns dias, e, então, os homens decidiram retornar a seus postos. Netto voltaria para combater o terrível Marechal, junto de Abreu, Silva Paes e Vitorino, Barão, regressaria para sua Estância, mas devolveria os escravos de Macedo na passada.
            Alguns meses depois, soube-se que Netto e os outros derrotaram o Marechal e vingariam a morte de Xavier Ferreira, na batalha que seria conhecida como “A batalha de Riachuelo” pelas gerações futuras. A estância do Barão de Cotegipe prosperou e, por fim, Nascimento, ao conhecer Santos Dumont, viajou com o Presidente Vargas para Itália, como seu médico pessoal.

3 comentários:

  1. Eu nunca gostei muito de História do Brasil, mas se esse texto for verdadeiramente à respeito da Batalha de Riachuelo, está muito bem entendido, muito melhor do que ficar 2 horas escutando um professor falar sem parar na sala de aula,rs.O único problema é gravar todos os nomes ao longo do tempo.

    Obrigada pela visita no meu blog!
    Espero que volte mais vezes, e tentarei postar com mais frequencia :)

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  2. Ha! Esse texto é para quem vive em RG e cruza pelas ruas dessa cidade.

    ótimo.

    www.entre-primos.blogspot.com

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