- Nossa... Ficou perfeito! – Elogiou
Jéssica, morena com vestido negro sensual colado ao corpo.
- Eu, definitivamente, não teria
feito melhor – confessou Paula, loira e com uniforme colegial.
- Gênio. – Geraldo elogiou, de forma
indiferente, como de costume, mas Álvaro sabia mais que ninguém, o quão raro
era isso, o que amenizava um pouco a sua ansiedade, nervosismo e culpa. Vestia
uma camisa verde escura justa de mangas longas, cachecol cinza e calças jeans
também apertadas. Era um tipo bem franzino, cabelo raspado e óculos lilás.
- Mas foi um erro! Eu não deveria
ter feito isso! – Álvaro queixou-se. Vestia uma camiseta preta desbotada e um
jeans surrado e rasgado nos joelhos.
- Definitivamente isso não foi um
erro... – Paula falou – Nossa! Estou até excitada. E você, Jéssica?
- Se eu pudesse, transaria aqui e
agora! - respondeu a colegial.
- Vocês não tem jeito mesmo... –
Geraldo falou em tom ainda indiferente.
- Que merda! Que merda! Porra! Olha
o que vocês fizeram eu fazer! – Esbravejava Álvaro.
- Ué... Como se tivesse sido um de
nós quem botou essa arma na tua mão... – Jéssica debochou.
- É... Vamos, Álvaro... Vamos para
casa... Estou precisando de você! – Miou Paula, puxando-o pelo braço indo em
direção a saída da pequena loja de conveniências.
- Que nojo... – Geraldo esboçou a
primeira reação desde que chegaram ao local. Tornou a olhar para o corpo
estatelado de barriga para cima e braços e pernas abertas, assemelhando-se a
uma estrela. Estrela vermelha de sangue, negra como a morte, com alguns miolos
na parede ao fundo e um pequeno buraco na testa. – bem no meio dos olhos... –
Admirou mais uma vez e medindo com as mãos. Quando as duas mulheres e Álvaro
alcançavam a porta, perguntou: - Não está esquecendo de nada não?
- Puta merda! O dinheiro! – Álvaro
correu até a caixa registradora. – Porra! Só tem cinquenta reais aqui! Vocês me
fizeram matar esse homem por apenas cinquenta reais! – Esbravejava novamente.
- Duas mulheres, do nosso calibre –
Jéssica apontou para os seus seios e aos de Paula – Estão implorando para que
vocês as leve para casa para que possamos foder enlouquecidamente pelo resto da
noite, do jeito que você sempre sonhou, e estás preocupado com a morte de um
gordo qualquer que tu nunca vistes na vida inteira? Era só o que me faltava...
- Finalmente decidiu jogar no meu
time? – Debochou Geraldo.
- Vão se foder! – Retrucou Álvaro,
mostrando-lhes o dedo médio.
- E é isso que eu estou pedindo para
que você venha me ajudar a fazer! – Paula retornou até Álvaro e novamente o
puxou. Com mais ímpeto dessa vez.
- A polícia pode chegar a qualquer
momento... Vamos de uma vez. – Geraldo retornou ao seu tom indiferente.
- É mais fácil aparecer uma
testemunha do que a polícia... – Retrucou Jéssica.
- A mocréia tem razão, Álvaro.
Vamos. – Geraldo comentou. Jéssica não deu ouvidos e, dessa forma, Álvaro,
ainda consternado e com adrenalina pulsando em seu sangue, deixou a loja, com
as duas mulheres abraçadas em cada um de seus braços e com Geraldo atrás,
olhando com ar de reprovação aquele afeto heterossexual.
Ao chegar no apartamento, as meninas
cumpriram sua promessa. Transaram loucamente durante a noite toda em um ménage
que deixaria qualquer homem boquiaberto. Daqueles que extrai ao máximo de toda
a mente libertina que existe mundo afora. Geraldo ficou do lado de fora do apartamento,
degustando um vinho suave que roubara da mercaria assaltada, escutando músicas
em seu mp3 player, e privando-se do nojo da relação carnal que acontecia do
lado de dentro.
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