A fumaça era exalada pelas narinas do velho que fumava um charuto
Sentado numa cadeira de balanço
Carranca na face
Sozinho desde os trinta
Remoía o passado
Crianças jogavam bola na frente do barraco
Pobreza por opção
Sentia que não se ajustava a vida alguma
Somente a sua
Ler e escrever
Beber e fumar
Poema seu nunca ninguém vendeu
Poema seu nunca ninguém leu
Também pudera
Poema seu nunca escreveu
Preguiça
Ânsia
De querer escrever todos
Nunca terminou algum
A bola de plástico cai a sua frente
Com dificuldade ele levanta e a pega
Com habilidade a estoura usando o charuto
E espera o garoto choroso vir buscá-la
Mantendo a carranca na face ele se senta
E assiste a sua sombra se mover lentamente pelo resto do dia
eita vida besta, meu deus...
ResponderExcluirObrigado pelo comentário.
ExcluirVolte sempre :)