quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O drama de um viciado

            Quatro poderosos guerreiros exploravam a Cripta das Almas Sussurrantes, atrás da temível besta, o demônio “Lorde das Trevas”.
            Eram eles Ratzel, o Paladino de Abulthor, Ravnos, o arquimago do fogo, Júlia Gallagher, a Ranger elfa e Seph, o Orc clérigo de Lok-Tahr Rabuht.
            - Droga, nossas trochas estão se extinguindo... Ravnos, você pode dar um jeito? – perguntou Ratzel.
            - É, claro, caro amigo. – Ele, então, entoa um rápido cântico em uma língua desconhecida e “zaz!” um pequeno pássaro de fogo surge e ilumina a escuridão que havia intensificado.
             - Agora eu consigo enxergar mais longe com a minha visão aguçada, Ravnos, muito obrigada. – Disse Júlia.
            - Não há de que, madame.
            - Preciso mijar. – Disse Seph.
            - De novo? – Todos ao mesmo tempo.
            - É rapidinho.
            - VOCÊ PODE AO MENOS VIRAR PARA A PAREDE, SEU ESTÚPIDO? – Júlia esbravejou.
            - Foi mal. – E se virou.
            - Orcs... – Disse Ravnos.
            - Quietos! – Clamou Ratzel.
            Todos se calaram. Só se escutavam os sons de pingos d’água caindo de algumas estalactites e caindo ao chão e o resto da urina de Seph estalando na parede rochosa enquanto o orc mijava. Cinco eternos segundos se passaram quando, bem na frente dos quatro valentes, surge o demônio, o maldito monstro, Lorde das Trevas!
            Em um movimento sincronizado devido aos inúmeros invernos trabalhando junto, o grupo reage. Por reflexo, Ratzel golpeia com sua espada sagrada “Mandaluh” o demônio, enquanto Júlia e Ravnos, com um salto para trás, tomam distância e Seph interrompe sua mijada, pega o seu machado de ossos e corre em direção a criatura.
            O desgraçado, de corpo negro como a noite mais escura, garras do tamanho de sabres, cabeça na forma de um crânio de bode, com chifres de bisão, olhos escarlates fantasmagóricos, reunidos em mais de dois metros e meio de altura, revida com um potente e rápido movimento com suas garras direitas sobre o paladino e, antes do Orc conseguir chegar perto, um chute o arremessou a quatro metros de distância, onde Júlia e Ravnos se encontravam. Júlia balbucia algo em sua língua materna, fazendo a ponta de sua flecha ganhar um brilho mágico e dispara, acertando a criatura, que recua dois passos soltando um urro de dor, enquanto Ravnos começa a entoar algumas palavras em língua desconhecida.
            - Preciso de cobertura! – Bradou o arquimago, interrompendo seu feitiço e retornando a conjurá-lo.
            Seph invoca uma fúria interior e dispara em direção a besta brandindo seu machado, enquanto Júlia dispara, numa velocidade assombrosa, três flechas certeiras e Ratzel se levanta, mostrando um ferimento no braço direito. Seph se aproxima do monstro e, mesmo sendo golpeado duas vezes por fortes socos e cabeçada, desfere uma machadada potente no peito do bicho. Seph cai com os ferimentos, a besta maligna, não. Ratzel corre em direção ao companheiro caído e, esquivando-se de uma nova garrada que poderia decepar sua cabeça e defendendo-se com seu escudo outro golpe, chega até o amigo com sucesso. Toca-o e, com uma palavra sagrada, o amigo retorna a consciência.
            Júlia novamente faz a ponta da flecha brilhar e dispara, porém, o demônio acende uma chama negra em seus olhos e faz a flecha retornar em sua direção. Grito. Dor. Júlia cai.
            - PRECISO DE MAIS TEMPO! – Grita Ravnos
            Ratzel e Seph se olham e se entendem. Fazem seu ataque combinado. O paladino abençoa o machado do Orc ao tocá-lo e se sacrifica, servindo de isca para o demônio. Esse cai na armadilha e ataca sem nenhuma piedade, arremessando-o brutal e fatalmente, o guerreiro sagrado contra a parede.
            Seph, utilizando-se de toda sua bravura e força, desfere uma machadada, decepando o braço direito da criatura, que, com um urro de dor assombroso, ateia um fogo negro mágico no Orc que entra em desespero. Mais gritos e mais dor.
            - MOOOOOOOORRRRAAAAAAAAAAAAAAA DEMÔNIOOOOOOOOOOO!!! – Grita o poderoso arquimago.
            Então...
            “BIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIP! BIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIP!”
            O computador trava.
           

3 comentários:

  1. Cara...notável...sinceramente, gostei muito...se hoje eu matar alguém a amachadadas a culpa e tua...e para de jogar e vai estudar...rsrsrss!

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  2. Cara ficou muito bom isso aqui!!!

    Até deu vontade de jogar um bom e velho RPG.
    Vamos?

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