domingo, 13 de maio de 2012

"Algo que você não consegue entender" - Vivian pt.1


            Vivian estava dirigindo seu “Kia Soul” vermelho. Tinha sido um dia difícil no trabalho e, agora, chovia forte. Os limpadores estavam a toda velocidade, ao contrário do trânsito. Estava tão lento que acabou parando por um tempo. Bufou. Decidiu ligar para Lucas, o seu melhor amigo.
            - Oi, Lu! É a Vivian! Vai estar sozinho em casa?
            - Vou sim, Vi, mas é que...
            - Estou indo aí! Beijos! – Interrompeu-o, desligou e jogou o celular no banco do carona. Viu que o trânsito não ia ajudar, então, botou um “Green Day”, das antigas, para tocar, no talo. Quando Billie Joe começou a cantar “Burn out”, já começou a bater cabeça, fazendo balançar seus cabelos ruivos e alaranjados e naturais balançarem. Em seguida, passou a tamborilar o volante. Vez ou outra diminuía o ritmo das batidas de cabeça para se concentrar no trânsito.
            Levou meia hora para chegar à casa do amigo. Era um prédio com aspecto sofisticado e luxuoso, porém era velho, mas, ainda assim, se localizava numa área central da cidade, então era suficientemente valorizado. Não teve dificuldades para encontrar uma vaga de estacionamento próxima. Agradeceu aos céus, pois ficaria ensopada. Pensou que não seria uma má ideia. Sorriu maliciosamente com seus lábios pintados provocantemente de vermelho. Abriu a porta do carro, saiu o mais rápido possível e fechou-a, depois, seguiu andando calmamente na chuva. Subiu uma escadaria de dez degraus que dá acesso a porta do edifício. O porteiro lhe reconheceu e apertou o botão, fazendo a trava eletrônica da porta fazer o seu barulho característico. Vivian empurrou-a, fazendo-a abrir, então, entrou.
            - Boa noite, dona Vivian. – Disse o porteiro educadamente.
            - Boa noite, seu Joaquim. – Respondeu simpaticamente enquanto andava em direção ao par de elevadores.
            - Chuvarada, não?! – Perguntou afirmando o porteiro.
            - Veio em boa hora. Fazia muito calor. – Passou pela mesa do porteiro. Ele então se deu conta do que via e ficou um atordoado. Acompanhou o rebolado da jovem de 26 anos, ao compasso do “toc-toc” dos sapatos de salto. Por azar já tinha um elevador de prontidão. Vivian abriu a porta, entrou e esperou o mecanismo de fechamento automático lentamente fechá-la. Joaquim se benzeu.
            Tinha um espelho no elevador. Vivian se olhou. Teve um arrepio. Sentiu que estava perfeita. Seus cabelos estavam pingando água. Deu um jeito neles para que ficassem mais agradáveis ao seu próprio olhar. Suas sardas estavam comportadas e não se manifestavam muito. Não que ela tivesse vergonha delas, pelo contrário. Mas quando se pega sol, elas ficam mais evidentes, e isso ela não gostava muito. Lucas dizia que era parte do seu charme. O elevador chegou ao andar no qual o amigo morava. Abriu-se a porta metálica automaticamente.  A ruiva empurrou a porta gentilmente, pois, poderia ter alguma criança brincando atrás desta, mas, assim que saiu do elevador, viu que não havia nenhuma. Dobrou a direita, foi até o fim do corredor, girou o corpo para a esquerda e apertou a campainha.
            Lucas escutou a campainha e foi atender. Estava frustrado porque Vivian não havia atendido seus telefonemas desde que ela não o deixara terminar de falar a pouco, então, teve de cancelar seus planos. Chegou perto da porta, respirou fundo, pensando na mijada que daria na amiga. Meteu a mão na maçaneta e abriu rapidamente, para demonstrar um pouco de braveza. Assim a porta que abriu, foi totalmente desarmado pelo que viu.
            Era Vivian, sua querida amiga ruivinha, fazendo caras e bocas, toda molhadinha, fazendo uma pose extra sensual escorada no batente da porta. A água da chuva fez o seu sutiã branco com babados transparecer sob a camisa social também branca, que era coberta por um colete preto, que, evidentemente, realçava seu peito. A saia do terno era suficientemente longa para cobrir o que havia até metade das coxas, algo que ela não estava fazendo muita questão de esconder naquele momento. Ela estava de cabeça baixa. Quando a porta abriu, ela começou a levantar a cabeça e, assim que avistou o amigo, que estava sem camisa, deu um sorriso. Lucas estava de boca aberta, o que a deixou mais... Contente ainda.

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